Seja bem vindo ao Blog da Saúde LGBT

Neste espaço o Dr. Paulo Branco ira continuamente publicar matérias além de responder duvidas
relacionadas a Medicina e Qualidade de Vida voltadas a população LGBT. Este espaço no entanto,
não substitui a consulta médica, que deverá ser feita pelo médico, no consultório, de corpo presente.





Alguns amigos e pacientes do Dr. Paulo Branco que inspiraram ele a fazer esse Blog.

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domingo, 15 de agosto de 2010

Revista Lado A: Leia a entrevista exclusiva com o Dr. Paulo Branco:

26/03/2009 - Entrevista exclusiva: Dr. Paulo Branco
Admirado por profissionais do meio médico, referência entre acadêmicos e gays que buscam informações sobre saúde, o Dr. Paulo Branco há 25 anos se dedica à medicina e nos últimos tem se mostrado um destaque na saúde de homossexuais, desenvolvendo um trabalho de qualidade no atendimento e no entendimento das especificidades desta população. Formado em medicina da UFPA e mestre em gastroenterologia, Branco se especializou em proctologia e ministra cursos e palestras sobre o assunto. Além disso, possui colunas nas quais responde sobre dúvidas em diversos sites para gays como Mix Brasil, Casa da Maite e na G Magazine, onde colabora há meia década. De São Paulo, onde mora, o médico respondeu nossas perguntas que foram um pouco diferentes da que fazem para ele em suas colunas.

-Revista Lado A - Quando o Dr. resolveu trabalhar com o público gay?

Dr. Paulo Branco - Já exercia a Proctologia há alguns anos e resolvi estudar sobre o uso do Laser nesta especialidade e comecei a aplicá-lo no tratamento das afecções anais. Um dia, eu estava em uma banca de revista e o jogador de futebol Vampeta pousou para a revista G magazine. Eu olhei para a capa, li os temas e notei que não havia nenhum item relacionado à saúde deste público. Falei para o rapaz da banca colocar dentro de uma caixa todas s revistas voltadas para o público G, e ele respondeu que só havia a G Magazine. A avalanche destas revistas nas bancas ocorreu recentemente e se você observar o numero de profissionais da saúde que anunciam ou escrevem é quase zero.
-No início, houve algum preconceito por parte dos outros médicos?

Não há preconceito e sim um respeito misturado a curiosidade pelo meu trabalho com o público gay. Os médicos têm a curiosidade de saber sobre a forma ou tipo de linguagem ou diálogo na minha rotina de consultório. O que eu observo é que há uma dificuldade em encontrar um dialogo aberto, claro e ético do médico com os gays e principalmente com o casal gay.
-Tem muito médico homofóbico?

A sociedade parece ter uma tendência heterossexista e homofóbica que poderá ser ilustrado por um fato ocorrido comigo. Fui convidado para fazer a proctologia com laser em uma clínica. Estava tudo certo e na reunião final um médico sugeriu que eu tivesse uma sala separada para os meus clientes. Eu perguntei o porquê da sala e ele me respondeu que soube que eu atendia o público G e ele não queria ver na mesma sala os seus pacientes misturados aos meus e mais que ele era católico. Eu levantei, o cumprimentei e falei que respeitava, porém não aceitava a sua posição homofóbica.
-Qual a diferença, para o médico, do paciente homo e do hétero?

Eu atendo muitos pacientes gays que se queixam que não conseguiram colocar para o médico a sua vida como ela é. Parece haver uma barreira cerebral do médico em compreender e entender a vida homossexual e ele conversa com o paciente como se ali estivesse um heterossexual, não dando a menor chance do paciente falar do seu eu. Até agora não entendi se é uma sublimação ou negação que ocorre com o profissional.
-É importante o homossexual contar ao médico que é homossexual? Em quais casos?

É de importância crucial um diálogo aberto e claro sobre a vida sexual do paciente, principalmente para o diagnóstico das doenças sexualmente transmissíveis, que podem envolver o parceiro. Não tem como um médico diagnosticar uma DST como, por exemplo, o HPV sem conversar claramente com o paciente. É incrível o número de pacientes que mesmo sendo homossexuais assumidos não conseguiram se abrir com os seus médicos, porque não houve abertura ou por vergonha mesmo.
-Quais as principais enfermidades que atingem homossexuais e por quê?

As pessoas de um modo geral acham que os gays têm mais doenças anais que a população geral, principalmente as proctológicas, como as hemorróidas, por vincularem com a penetração uma relação direta de causa e efeito com as doenças, o que sabidamente é uma mentira preconceituosa. Somente os gays promíscuos apresentam uma maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis, como HPV, gonorréia que a população geral. Na minha experiência das doenças sexualmente transmissíveis, que acometem o homossexual, o HPV (verrugas) foi a mais freqüente e das proctológicas a hemorróida, seguida da fissura anal.

-Há quanto tempo o senhor tem colunas voltadas ao público homossexual? Qual a quantidade de e-mails que o Sr. responde?

As colunas há cinco anos e os e-mail não os quantifiquei, porém respondo todos os dias e-mails do Brasil e exterior.
-Quais as maiores dúvidas dos gays quanto à saúde?

As dúvidas mais freqüentes estão relacionadas à lavagem ou limpeza anal antes da relação, complicações da relação anal, DST, dildos e hemorróidas.

-Há outros médicos especializados, se podemos assim dizer, em homossexuais, no Brasil? Quem?

Não há especialização e sim uma forma linearmente igual de atender o ser humano, sem raça, regras, credos e preferências.

-Como estão as pesquisas, vacinas, sobre o HPV e é possível a cura definitiva?

A vacina é a forma ideal de prevenção do HPV. O problema é que existem mais de 100 tipos de vírus, quando adquirimos imunidade para um tipo, pegamos outro e se instala novamente a doença. Para as mulheres a vacina praticamente será uma real prova de prevenção, porém para os homens está incipiente e a nível laboratorial. No momento, evitar muitos parceiros e o uso da camisinha representam as melhores formas de prevenção do HPV, que no momento não tem cura definitiva. Eu há 10 anos uso o laser associado a uma substância de uso local que aumenta a resistência dos pacientes ao vírus.


-Afinal, sexo oral é seguro?

Para os gays, o sexo oral é um dos atos sexuais mais íntimos. O sexo oral, ou mesmo um beijo, poderá transmitir de um parceiro para o outro a maioria das doenças sexualmente transmissível, incluindo a herpes, sífilis, gonorréia, verrugas, hepatite, uretrites e prostatite com ou sem ejaculação. A maioria dos médicos concorda que haja um pequeno risco de transmissão do HIV após sexo oral desprotegido e que este risco aumenta se o seu parceiro ejacular na sua cavidade oral ou se você tiver inflamações, ferimentos e sangramento gengival. Há casos suspeitos de transmissão do HIV por essa via, portanto insista que o seu parceiro use a camisinha para você estar 100% seguro.

Contatos: Dr. Paulo Branco
Para tirar dúvidas e saber mais sobre o trabalho do Dr. Paulo Branco, acesse:
-SITE: http://www.medicinaintegrada.med.br/
-MSN: paulobranco@terra.com.br
-blog: blogdasaudegayblogspot
-e-mail. paulobranco@terra.com.br
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