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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Câncer Intestino Grosso: Relação com Alimentação e vícios. Todo ilustrado.


Câncer Intestino Grosso:
Dr. Paulo Branco irá comentar os comportamentos, vícios e alimentação relacionados com o Câncer do Intestino grosso.



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1- Epidemiologia:
O câncer colorretal é uma doença que tem grande repercussão em nível mundial. É a quarta neoplasia maligna diagnosticada com maior frequência em ambos os sexos, e quase um milhão de pessoas desenvolvem a doença anualmente. O câncer colorretal é a terceira causa mais comum de morte por câncer no mundo, responsável por 630.000 mortes anualmente. 






2- Causas:
- Componentes Dietéticos e Suplementos:
A relação entre dieta e o risco de câncer colorretal não está bem esclarecida. Os estudos nesta área são difíceis de realizar, porque a exposição tende a ser multifatorial e se modifica ao longo do tempo com a dieta. Além disso, como a carcinogênese colorretal é um processo que apresenta várias etapas, um ou uma combinação de fatores de risco pode ser necessária e a suscetibilidade genética provavelmente desempenha o seu papel.






-  Embora se possa afirmar que um individuo que não apresenta outros fatores de risco para o Câncer Colorretal e ingere uma dieta rica em fibras, frutas, legumes e verduras  e pobre em gorduras e carne vermelha animal apresente, em media, menor risco de desenvolver a doença do que um individuo que ingere uma dieta pobre em fibras, frutas, legumes e verduras e rica em gordura e carne vermelha animal, é difícil determinar com certeza que componentes da dieta ou suas combinações são responsáveis pela diminuição do risco.







- Consumo de Gordura e o risco de Câncer de Intestino Grosso:
- A gordura, especialmente a gordura saturada animal, tem sido implicada na carcinogênese do cólon e do reto.





- No, entanto, o consumo de gordura na dieta está relacionado com uma série de outros fatores que podem influenciar o risco de câncer, incluindo outros fatores que podem outros fatores dietéticos, como o consumo de fibras e o consumo de micronutrientes, bem como fatores ligados ao estilo de vida, como exercícios físicos e consumo de álcool. Portanto, as comparações ambientais entre países estão sujeitas a um risco substancial de confusão.



- A evidência de que o consumo de carne vermelha está associada ao Câncer Colorretal é, em geral, mais atraente que a evidencia de uma associação à presença de gordura na dieta. Devido à falta de evidência para uma associação à presença de gordura na dieta. Devido à falta de evidência para uma associação independente das gorduras ao Câncer Colorretal , é improvável que a gordura animal contida na carne vermelha seja responsável pela associação entre a carne vermelha e o Câncer colorretal. 






- Consumo de Carne vermelha e o risco de Câncer do Intestino grosso e reto:
Há um número  de potenciais mecanismos carcinogênicos independentes não relacionados com o conteúdo de gordura que podem resultar em uma relação causal entre a ingestão de carne vermelha e o Câncer Colorretal.
- A carne vermelha é rica em Ferro, um pró-oxidante. O ferro poderá aumentar a produção de Radicais Livres no Intestino Grosso, e esses radicais livres podem causar lesões crônicas da mucosa ou produzir outras substâncias cancerígenas.
- Em humanos o consumo de carne vermelha estimula a produção de compostos chamados de Nitrosos que tem efeito carcinogênico conhecido, e este é um mecanismo potencial para uma associação entre a carne vermelha e o Câncer Colorretal.  
- Ao cozinhar a carne vermelha em chama aberta até que fique bem passada há produção de aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos que tem efeito carcinogênico para a mucosa intestinal.

Risco da ingestão da Carne Vermelha e o Câncer:  
- Um  aumento diário de 100g  de carne vermelha foi associado a um aumento do risco de Câncer Colorretal de 12-17%. O risco foi significativamente maior com a ingestão de carnes vermelhas processadas.

- Consumo de Frutas e legumes e o risco de Câncer Colorretal:
As fritas e legumes são fontes de antioxidantes, incluindo os carotenoides e o ácido ascórbico( Vitamina C). Outros componentes bioativos das frutas e legumes que podem proteger contra a carcinogênese incluem os indóis e os isotiocianatos.
- O Câncer Prevention Study também mostrou uma tendência sem significado estatístico para um maior risco de câncer de intestino grosso nos homens que consomem menos legumes e nas mulheres que consomem menos frutas.   
- A evidencia global para uma associação entre a ingestão de frutas e legumes e o risco de Câncer do Intestino Grosso é inconsistente. Devido a essa falta de dados concordantes, é pouco provável que um grande número de casos de câncer possa ser atribuído diretamente à falta de frutas ou legumes, ou que as principais medidas adicionais para aumentar o seu consumo levariam a uma redução substancial na incidência do Câncer Colorretal.



- Ingestão de Fibras e o risco de Câncer do Intestino grosso:
- Os dados sobre a associação entre as fibras e o risco de Câncer Colorretal são conflitantes.
- Vários mecanismos têm sido propostos para explicar o efeito protetor das fibras: Elas podem aumentar a velocidade do trânsito Intestinal e, consequentemente, reduzir o tempo de exposição da mucosa do Intestino grosso a agentes cancerígenos, e podem diluir ou absorver várias substancias cancerígenas em potencial, em particular os sais biliares. Além disso, os produtos de degradação das fibras e a sua fermentação na luz do intestino grosso, também podem desempenhar um papel protetor com menor risco de desenvolvimento da doença.




- Atualmente, não existe qualquer evidência a partir de estudos randomizados sugerindo que a ingestão de fibras reduzirá a incidência de pólipos  adenomatosos,  principal doença pré-cancerigena do Intestino Grosso.
Conclusão: As modificações dietéticas para aumentar a ingestão de fibras não têm tido sucesso em reduzir o risco do Câncer Intestinal.


- Ingestão de Cálcio e câncer do Intestino Grosso:
- Existem evidências epidemiológicas e experimentais substanciais confirmando o efeito benéfico do Cálcio na prevenção do Câncer do Intestino Grosso. 
- Mais recentemente, grandes estudos observacionais têm sustentado um modesto efeito do Cálcio na prevenção do Câncer intestina, em particular a suplementação com o Cálcio.




- Ingestão de Vitaminas do Complexo B e o risco do Câncer do Intestino grosso:
- Um estudo americano não publicado, comparando dois grupos de pacientes, no grupo que ingeriu o Folato, uma vitamina do complexo B, houve uma redução de 20% no risco de Câncer Colorretal.

- Ingestão de Álcool e o risco de Câncer do Intestino Grosso:
- A ingestão de álcool desempenha um possível papel sobre a formação do Câncer Colorretal.
- O álcool reduz a vitamina do complexo B, o folato que sabidamente tem um papel protetor contra o câncer intestinal.
Conclusão: Álcool.
Assim, a totalidade da evidência indica que um nível elevado de consumo de álcool ( duas ou mais doses por dia) está associada a maior risco de contrair um Câncer do Intestino Grosso e Reto.









- Ingestão de antiinflamatorios e o risco de Câncer do Intestino Grosso:
- Há considerável evidência observacional de que o uso de ácido acetilsalicílico ( AAS ) ou outros anti-inflamatórios não esteroides, tem efeitos protetores sobre todas as fases de formação do tumor Colorretal.

- Terapia de Reposição Hormonal e o risco de contrair Câncer Intestino Grosso:
- Estudos observacionais tem demonstrado uma associação entre a terapia de reposição hormonal em mulheres e uma redução na incidência e na mortalidade por Câncer Intestinal.
- Uma meta-análise de 18 estudos observacionais sobre a Terapia de Reposição Hormonal na pós-menopausa demostrou uma redução de 20% na incidência do Câncer Intestinal em mulheres submetidas à Terapia de Reposição Hormonal, em comparação com aquelas que nunca foram expostas a ela.

- Obesidade e o risco de Câncer do Intestino Grosso:
- A obesidade parece aumentar o risco de Câncer do cólon em homens e mulheres na pré-menopausa.
- Mecanismo: Um dos mecanismos propostos para essa associação é a resistência relativa à insulina encontrada em muitos pacientes obesos. A insulina é um hormônio com ação proliferativa nos tecidos, o que aumenta o risco de aparecimento do Câncer Intestinal.

- Atividade Física e o Risco de Câncer do Intestino Grosso:




- Estima-se que a quantidade de exercícios físicos necessária para produzir um efeito substancial sobre a redução do risco seja de 3,5-4 h de atividade vigorosa ( corrida) por semana, mas requer 7-35 h de atividade física moderada  ( andar em ritmo acelerado, por exemplo) por semana.
- Os mecanismos biológicos que explicam a relação entre a atividade física e o risco do Câncer Intestinal não são claros.  

- Tabagismo e o risco de câncer do Intestino Grosso:


- Em uma revisão da literatura realizada em 2001, de um total de 22 estudos que avaliaram a relação entre o tabagismo e o adenoma colorretal, 21 foram positivos, demonstraram que os fumantes apresentaram aumento no risco de adenoma de 2-3 vezes, em comparação com os não fumantes.   
 - A revisão de estudos mostrou que o risco de câncer foi 1,4-2 vezes maior em fumantes do que em não fumantes, e que em média fumavam 20 ou mais cigarros por dia.

- Retirada da Vesícula biliar e o risco de Câncer:
- Dois grandes estudos de coorte prospectivo recentes foram conduzidos para avaliar esta relação. Em um estudo de acompanhamento a longo prazo de 278.460 pacientes submetidos a retirada da vesícula biliar e seguidos por 33 anos, encontrou-se um aumento significativo do risco de doenças malignas do intestino delgado e cólon proximal, em comparação com a população em geral. Não foi encontrada associação ao câncer do intestino mais distal.










- Doença Inflamatória Intestinal e o Risco de câncer do Intestino grosso: 
- O câncer do Intestino grosso é mais frequente nas doenças inflamatórias intestinais de longa duração, embora seja difícil estimar o risco com precisão.
- Extensão da doença: Em um estudo feito em 3.117 pacientes com Colite Ulcerativa, a doença menos extensa foi associada a um risco menor de Câncer do Intestino Grosso.
- Doença de Crohn: A relação entre a doença de Crohn e o desenvolvimento do Câncer tem sido demonstrada com menos consistência.

 - História Familiar e o Risco de Câncer do Intestino grosso:
- Indivíduos  com história familiar de câncer apresentam risco aumentado de contrair a doença.
- O grupo de risco encontrado nas famílias pode ser atribuído a uma suscetibilidade hereditária, a exposições ambientais comuns ou uma combinação de ambos os fatores.
- Em uma analise de 27 estudos observacionais que avaliaram o risco da história familiar sobre o desenvolvimento do Câncer do cólon, os indivíduos com parente em primeiro grau portador de Câncer apresentaram um risco de 2,25-2,53 para desenvolver o câncer em comparação com aqueles sem história familiar.
- Parte do aumento do risco atribuído à historia familiar deve-se à herança de genes suscetíveis conhecidos.

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