Câncer de Próstata: PSA Novidade
Medico: Dr. Paulo
Branco
Pesquisador: Dr. Marc B. Garnick
Especialista em
Câncer de próstata da Harvard Medical School
Local: Artigo publicado na revista
SCIENTIFIC
AMERICAN Brasil
O grande debate sobre o câncer de próstata: Evidências mostram que o rastreamento com o
PSA faz mais mal que bem. E agora?
Tumor de crescimento lento: Células cancerosas da próstata não
provocaram problemas se deixadas em paz, na maioria, mas não em todos os homens
assintomáticos cujos tumores são encontrados
apos exame de rastreamento ou para detecção.
Homens saudáveis
devem parar de se submeter a exames de sangue rotineiros para o rastreamento do
câncer de próstata. Eles alegavam que uma analise das melhores evidencias
disponíveis mostrou pouco ou nenhum beneficio a longo prazo do teste chamado de
Antígeno prostático especifico ( PSA ) para a maioria dos homens sem sintomas
da doença. O uso do teste não salvava vidas. Na verdade expunha
desnecessariamente centenas e milhares de homens testados, nos quais se
detectou câncer de próstata, a complicações comum como a impotência e a
incontinência urinaria ( devido a remoção cirúrgica da próstata ) e sangramento
retal ( do tratamento por radiação). Segundo os pesquisadores que estimou que
desde 1985 mas de 1 milhão de homens foram tratados como resultado do PSA, de
certa maneira indevida. Pelo menos 5 mil morreram logo após o tratamento, e
outros 300 mil sofreram de impotência ou incontinência ou das duas coisas. Mas,
em vez de elogios por impedir mas homens de sofrer destino semelhante, o anúncio dos
pesquisadores rapidamente atraiu indignação e contra-argumentos de vários
grupos médicos, inclusive da American Urological Association.
Dados decepcionantes:
Com inicio na
década de 90, o uso generalizado do teste de PSA para câncer de próstata levou
a um aumento nos diagnósticos de tumor. Logo após, o número de mortes por
câncer de próstata, começou a cair. Mas essas tendências não provam causas e
efeito. Em 2009, dois estudos prospectivos, cientificamente rigorosos,
descobriram que o teste de rastreamento de PSA oferece pouco ou nenhum
beneficio em relação à causa da morte. O declínio nas mortes visto abaixo
poderia ser resultado de MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA: Como a pratica regular de exercício físico, não consumir ou diminuir o
consumo das gorduras saturadas, aumento do consumo das gorduras insaturadas,
verduras, legumes e oleaginosas.
Consumo das estatinas: Uso crescente
de drogas contra o colesterol denominadas estatinas, que exercem efeito
anti-inflamatório que pode protege contra o câncer.
A controvérsia não é nova. Especialistas
debatem há muito tempo o valor do teste de PSA, mas até agora o peso da opinião
nos Estados Unidos pendeu para efetuar o teste. Á medida que o debate sobre o
teste de PSA continua, a controvérsia também envolve outra questão: quando e se
é necessário tratar câncer de próstata após resultado positivo em um exame de
rastreamento. Aqui, também, a evidência favorece uma mudança significativa de
procedimento: afastar-se de um tratamento precoce agressivo, como a cirurgia
radical e radioterapia para todos e assumir uma abordagem mais cautelosa e
individualizada. Na raiz dessas atitudes
está a percepção de que o câncer de próstata pode se comportar de maneira muito
diferente de um paciente a outro e de que o tratamento precoce não é a panaceia
que a maioria dos médicos considera.
As controvérsias
surgiram porque o exame de rastreamento e os tratamentos são profundamente
falhos. Num mundo perfeito um exame de rastreamento identificaria apenas
cânceres letais ou não tratados. Assim, os homens com tumores pequenos curáveis
seriam medicados, e vidas seriam salvas. De modo ideal, os tratamentos não só
seriam eficazes como não provocariam efeitos colaterais graves, como a
incontinência urinaria, impotência e a retite actínia na radioterapia. Esse cenário
justificaria triagem maciça e tratamento
de todo mundo com teste positivo.
A realidade, no
entanto, é muito diferente. O teste de PSA não diz se um homem tem câncer, mas
que poderia ter a doença. O exame mede a quantidade de uma proteína denominada
Antígeno Prostático Especifico ( PSA ), produzida pelas células da próstata
cujos níveis podem subir por varias razões, inclusive crescimento benigno da
próstata com a idade, infecções, atividade sexual ou proliferação de células
malignas. Assim um teste positivo indica que os homens devem ser submetidos a
uma biopsia, que envolve algum desconforto e risco. E isso não, e o pior. A
biópsia pode, pelo menos, distinguir os homens que realmente tem câncer de quem
provavelmente não tem. O verdadeiro problema é que os médicos não dispõem de
uma forma confiável para determinar quais destes pequenos tumores identificados
pela biópsia são potencialmente perigosos e quais nunca incomodarão um homem
durante a sua vida, estudos de autopsias mostram que mais da metade dos homens
com 50 anos e três quartos dos homens na
faixa dos 80 anos nos estados unidos tinham câncer de próstata mas morreram por
outras causas. Essa incerteza significa que os médicos não sabem bem quem
precisa de tratamento para sobreviver e quem estaria bem sem ele.
Os médicos
aprenderam muito sobre o câncer de próstata. Esse conhecimento melhora a
capacidade de desenvolver tratamentos adaptados para as pessoas em vez de
sempre tratar a todos da mesma maneira. Também ensinou aos médicos que temos de
ser muito claros tanto conosco quanto com nossos pacientes sobre o que
realmente sabemos, e ter coragem de agir usando as evidencias e não apenas
nossas crenças.