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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

HIV: prevenção é a melhor atitude e nunca esqueça a camisinha.

Na década de oitenta começou a haver um aumento nos serviços de urgência americanos de pacientes com pneumonia por Pneumocystis carini, doença rara e desconhecida pela maioria dos médicos, razão pela achava-se no inicio que o HIV estava relacionado ao homossexualismo, principalmente nos países ricos e na América Latina. A doença disseminou rapidamente nos diversos segmentos da sociedade, entre homens heterossexuais, mulheres e crianças. Estima-se que 600 mil pessoas sejam portadoras do HIV no Brasil e que 40.000 a 80.000 novos casos da doença sejam diagnosticadas nos Estados Unidos todos os anos.
o Vírus
Existem dois tipos de vírus, o HIV-I e o HIV-2. O primeiro tipo é o responsável pela grande maioria dos casos da doença e o tipo dois por casos isolados. Para que ocorra a contaminação o vírus deverá entrar no seu sangue e fixar-se a um receptor de proteínas nos seus linfócitos, que são anticorpos responsáveis pela chamada resposta humoral do seu organismo na presença do vírus. A verdade é que o HIV após entrar na corrente sangüínea tem um tropismo ou afmidade pelos linfócitos chamados CD4 e uma vez ftxado, injeta o seu RNA nos mesmos e passa a controlar o seu código genético. Uma enzima chamada transcriptase reversa converte o RNA do vírus em DNA. Este DNA viral passa pelo núcleo da célula e liga-se ao próprio DNA do paciente infectado. Assim o DNA viral passa a comandar a maquina reprodutiva da célula hospedeira, enviando ordens para que se produzam mais cópias do DNA viral. Desta forma os linfócitos CD4 foram convertidos em uma grande fonte de produção de HIV, chegando a 10 bilhões de copias por dia Os medicamentos atuam impedindo a replicação viral em alguma de suas etapas, porém os vírus deixam de circular na corrente sanguínea e passam a habitar ou se esconder nos gânglios linfáticos e nos propios linfócitos. O organismo continua produzindo anticorpos para combater os vírus, estes gradualmente iram destruindo os anticorpos e a doença entra na chamada fase de latência, isto é o paciente está bem clinicamente, porém os seus níveis de CD4 estão caindo e quando estes níveis ao longo dos anos chegarem a 200, a doença se desenvolve.
Incubação
O HIV após entrar no organismo humano, poderá permanecer por anos de forma assintomática. Este período poderá ser de oito anos.
Transmissão
As vias de transmissão do vírus poderam ser divididas em três grandes grupos:
- Transmissão sexual: Estão inclusos os homossexuais, heterossexuais e bissexuais, é o principal, contribuindo com 60% dos càsos.
- Transmissão sangüínea: Representam 30% dos casos, sendo que 80% dos casos confirmados de infecção por esta via, foram por injeção intravenosa de drogas.
- Transplacentaria: Mãe para o filho e contribui com 3-5% dos casos.

Populações de risco que deveram fazer exames para o HIV
- Relação sexual com parceiros eventuais sem o uso de preservativos, compartilhamento de seringa e agulhas, principalmente para drogas ejetáveis, transmissão de sangue contaminado, acidentes ocupacionais com objetos perfurocortantes que contenham material biológico de origem humana, presença de sangue ou fluidos contaminados e filho nascido de mãe portadora do HIV.
Siga as regras da boa saúde e proteja-se:
Todo homem portador do HIV tem uma desculpa para ter baixado a guarda, apesar de todo o bombardeio de informações sobre as diferentes orientações para o sexo seguro em campanhas publicitárias realizadas pelo governo e entidades privadas. Talvez a euforia ou amnésia produzida pelo álcool, drogas e ecstasy os façam ceder. A camisinha muitas vezes é deixada de lado pela diminuição na sensibilidade peniana pelo ativo. E muitos homens com medo de perder o parceiro aceitam a idéia de não usar a camisinha Os gays são quase sempre infectados por meio do sexo anal desprotegido ou por injeção de drogas e anabolizantes com agulhas compartilhadas. Embora casos isolados de transmissão do mv pelo sexo oral tenham sido relatados, o risco é mínimo. O contágio pela transfusão de sangrue é raro, após a conduta, de monitoramento com testes para o mv nos doadores. Lembrar que cortes abertos nos dedos, boca ou ânus tornarão a contaminação mais provável. As DSTs poderam atuar como facilitadoras da contaminação pelo HIV, possivelmente pelos pequenos ferimentos que facilitam o acesso dos vírus a corrente sanguínea.
Quadro Clinico
Na fase de infecção aguda, quando a síndrome se instala, 20 a 30% dos casos poderam apresentarem sintomas inespecificos, tais como: Febre, pequenas manchas na pele, aumento de gânglios e discreto aumento do figado e baço. Nesta fase a pesquisa de anticorpos contra o vírus será negativa, e se torna positiva somente 4 a 8 semanas após o contato com o vírus. Atualmente a medicina consegue na fase aguda (inicial) pela técnica de mensuração dos ácidos nucléicos do vírus (carga viral- PCR), conftrmar uma suspeita clinica, principalmente em pacientes de risco. Alguns médicos são a favor desta medição da carga viral que detecta o próprio vírus do HIV no sangue a partir de um mês após a infecção, o que poderá ser de grande importância para um tratamento precoce, antes que o vírus se dissemine. A evolução clinica com perda de mais de 10% do peso corporal, diarréia persistente com quadro de desnutrição confirmado por exames laboratoriais, configura o quadro complexo da AlDS. Na fase fmal da doença, há um intenso comprometimento imunológico do paciente que poderá apresentar infecções secundarias como a pneumonia por Pneumocystis carinii, acometimento da retina por citomegalovírus e o Sarcoma de Kaposi.
Diagnostico laboratorial do HIV
O ELISA é o teste que detecta os anticorpos virais no sangue e é o principal teste para a detecção do HIV usado em laboratórios da rede pública. É bastante especifico, porém há alguns casos de resultado falso positivo em pacientes com hepatite e lúpus. Por isso, deverá ser repetido com a mesma amostra de sangue e se houver duvida, fazer o Westem Blot que é mais especific

Tratamento
O tratamento desta afecção é um dos que mais muda rapidamente na área da saúde. Até pouco tempo os médicos indicavam o tratamento quando as células T caíssem abaixo de 200. Novas pesquisas indicam o tratamento quando a carga viral esteja entre 5.000 a 10.000 por mililitro ou quando a sua contagem de CD4+ esteja abaixo de 500. Muitos serviços preferem um tratamento agressivo na faze inicial da doença, na qual você se senti bem clinicamente, a carga viral é baixa, porém os vírus poderarn está escondidos nos gânglios. A justificativa da forma agressiva nesta fase é que mata os vírus escondidos, reduz a carga viral, diminuindo a possibilidade de infectar outros parceiros. A resistência dos vírus aos medicamentos foi um grande problema enfrentado pelos médicos nos anos oitenta, pois nesta época o AZT era o único medicamento. Outros medicamentos surgiram (Ritonavir, efavirens, indinavir, nelfinavir) e associados ao AZT resultaram em melhores resultados no tratamento da AIOS. A AIOS deixou de ser uma doença letal e passou a ser uma afecção crônica e, portanto passível de tratamento. Uma vez iniciado o tratamento, você estará comprometido por toda a vida, o que significará uma carga emocional, física e possíveis restrições de tempo por causa das drogas e seus efeitos colaterais. Às vezes é dificil, pelos efeitos colaterais (vômitos, diarréia) altas dosagens, mais procure seguir as orientações de horários estabelecidos pelo seu medico para ingerir os comprimidos.
Profilaxia
Será realizada através da pratica do sexo seguro, controle adequado de sangue e derivados, prevenção entre usuários de drogas intravenosas e campanhas de prevenção da população sobre os riscos de transmissão do vírus ffiV.

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