Gay: Sua
dificuldade durante a consulta
proctologica
Medico proctologista: Dr.
Paulo Branco
Ao longo dos meus
13 anos de atendimento na minha clinica ao publico GLBT, recebi as mas diferentes criticas e reclamações
feitas por esse publico através de e-mail, redes sociais, msn, celular sobre o
atendimento na área da saúde, principalmente na proctologia realizada nos
ambulatórios e consultórios. As principais, foram:
1- Atendimento rápido:
O profissional,
mal escutou a minha historia clinica e já saiu pedindo os exames, e o que mas
me impressionou ou mesmo assustou foi
que muitos destes exames foram dirigidos a DST.
Comentário: Dr. Paulo Branco
Já me vi diante
desta situação no meu consultório e o paciente estava muito triste, magoado e
falava que os exames foram pedidos pelo fato de ser gay. Lembrar que o dialogo
em medicina tem uma importância crucial para uma impressão ou mesmo uma
confirmação diagnostica, principalmente em proctologia onde a grande maioria
das doenças poderão ser vistas somente pela inspeção clinica ou estão ao
alcance de um toque ou de um pequeno endoscópio (anuscopio), porem o medico deverá
ter tempo para escutar e examinar o seu paciente o que não tem na maioria das
vezes. Este endoscópio faz parte da rotina das minhas consultas em proctologia.
Se eu achar necessário fazer o exame, o mesmo é simples, não exige preparo ou
lavagem intestinal e confirma o diagnostico na maioria das vezes e por favor os
exames para DST solicite se fizer parte do seu protocolo e pela historia
clinica do paciente e nunca pela sua preferência sexual.
2- O constrangimento me fez mudar de profissional,
acredita?
O constrangimento
é o principal motivo que faz a pessoa desistir da consulta com um
proctologista. Muitos pacientes não sabem por onde começar a contar a historia
clinica e pedem ansiosos para serem escutados. Já tive casos de pacientes que
não falaram nem mesmo para o parceiro que tinham consulta marcada com o
proctologista. Essa dificuldade foi muito maior para os pacientes com DST anal
e perianal. Imagine ou se coloque no lugar do paciente.
Comentário: Todas as pessoas envolvidas no atendimento aos
pacientes proctologicos devem esta preparadas para da ao paciente total conforto e respeito. Geralmente eu peço aos pacientes para examinar somente a
região proctologica o que pela minha experiência foi o suficiente para uma
confirmação diagnostica na quase totalidade dos casos por. Procuro sempre ter um
dialogo ético e amigo porque além do aspecto constrangedor da consulta em si há o da doença, principalmente se esta for uma DST. O medico precisará saber escutar e conduzir a consulta que passará necessariamente pela vida sexual do paciente e neste exato momento os pacientes me referem que geralmente a linguagem, compreensão e comportamento se transformam em um monologo. O relato de mudar de profissional foi sempre o mesmo
e envolveu três itens:
- Atendimento rápido;
- Falta de dialogo;
- Dificuldade em falar sobre a minha opção
sexual.
-Dificuldade de correlacionar ou adequar o resultado
do tratamento a estética da região tratada.
3- Opção sexual: Não consegui falar, até tentei mas não
tive abertura para falar sobre a minha relação passiva, fiquei extremamente
ansioso, mas ele
não me escutou, como falar?
A maioria dos profissionais
e os livros de medicina nacionais e importados formadores do seu acervo de informação
profissional não considera a relação passiva como causa das doença anais como
as hemorroidas, fissuras e fistulas anais, portanto o medico tradicional usualmente
pela sua própria formação proficissional não dá abertura para se falar sobre a
vida sexual do paciente. Para o paciente GLBT além das orientações comportamentais
e nutricionais que ele receberá em uma apostila escrita por mim, procuro ter um
dialogo aberto, claro e amigo para saber da sua vida sexual e se ela tem participação
na causa da sua afecção.
4- Proibição: Após o tratamento, de preferência não realize mas a relação
passiva, o que?
O sexo faz parte
do lado prazeroso na vida da maioria dos gays, seja o ativo ou passivo. Nestes
anos pude comprovar que os gay, que valorizam e cuidam muito bem do corpo
procuram manter a sua vida sexual ativa e pedir para que eles não pratiquem
significaria uma castração. Por favor nunca peçam e nem falem isso para o
publico GLBT.
Comentário:
A situação se agrava quando os médicos não não levam em consideração o lado emocional do paciente, mesmo quando lhe dão toda a assistência clinica. Essa falta de percepção demonstra que a prática médica não está se dando conta de vários indícios que demonstram, muitas vezes, que a condição emocional das pessoas desempenha um papel muito importante na vulnerabilidade à doença e no processo de cura. De um modo geral, a moderna assistência médica não recorre à inteligência emocional. Para o paciente, qualquer contato com uma enfermidade ou médico pode ser uma boa oportunidade para que ele obtenha informações acerca da sua saude e, assim, fique mais tranquilo, reconfortado e aliviado - se, pelo contrário, esse contato for desastroso, pode ser um convite ao desespero. muitas vezes o medico muito ocupado poderá ser indiferente a angústia do paciente. É claro que há médicos e enfermeiros que demonstram solidariedade, que aproveitam a oportunidade para não só dar ao paciente a assistência clínica, mas também para prestar as informações necessárias ao seu bem está emocional. Mas a tendência geral é para um universo profissional em que imperativos institucionais impeçam que a vulnerabilidade e queixas emocionais dos pacientes sejam consideradas, principalmente nas questões externalizadas pelo publico GLBT durante uma consulta. A dura realidade é que se têm cada vez mais um sistema de atendimento médico cronometrado por contabilistas interessados diretos nos resultados comerciais que passam longe de um atendimento digno e decente. Ao escutar esses pacientes na minha clinica observo que pedir exames foi a única forma de dialogo e que sobre a saude não se tocou no assunto.
Comentário:
A situação se agrava quando os médicos não não levam em consideração o lado emocional do paciente, mesmo quando lhe dão toda a assistência clinica. Essa falta de percepção demonstra que a prática médica não está se dando conta de vários indícios que demonstram, muitas vezes, que a condição emocional das pessoas desempenha um papel muito importante na vulnerabilidade à doença e no processo de cura. De um modo geral, a moderna assistência médica não recorre à inteligência emocional. Para o paciente, qualquer contato com uma enfermidade ou médico pode ser uma boa oportunidade para que ele obtenha informações acerca da sua saude e, assim, fique mais tranquilo, reconfortado e aliviado - se, pelo contrário, esse contato for desastroso, pode ser um convite ao desespero. muitas vezes o medico muito ocupado poderá ser indiferente a angústia do paciente. É claro que há médicos e enfermeiros que demonstram solidariedade, que aproveitam a oportunidade para não só dar ao paciente a assistência clínica, mas também para prestar as informações necessárias ao seu bem está emocional. Mas a tendência geral é para um universo profissional em que imperativos institucionais impeçam que a vulnerabilidade e queixas emocionais dos pacientes sejam consideradas, principalmente nas questões externalizadas pelo publico GLBT durante uma consulta. A dura realidade é que se têm cada vez mais um sistema de atendimento médico cronometrado por contabilistas interessados diretos nos resultados comerciais que passam longe de um atendimento digno e decente. Ao escutar esses pacientes na minha clinica observo que pedir exames foi a única forma de dialogo e que sobre a saude não se tocou no assunto.
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